Diante de tanta tecnologia que nos facilita e
enriquece o trabalho pedagógico, por vezes até nos esquecemos do tempo em que
não tínhamos toda essa riqueza de recursos. Portanto, resgatar as vivências
pedagógicas está sendo um exercício não só prazeroso, mas uma reflexão que provoca saudades, embora sofridas, mas principalmente a consciência de onde viemos e em
que patamar nos encontramos.
Quando comecei o exercício do magistério em 1976, trabalhava
em uma escola municipal da periferia da cidade e os recursos existentes eram o
quadro negro, giz e o mimeógrafo a álcool. Mas apesar dos poucos recursos eu
costumava explorar ao máximo o quadro negro tentando reproduzir os desenhos do
livro, o que ficava um horror, às vezes eu desenhava uma ema que mais parecia
uma girafa.
E em razão da minha total incapacidade artística
para o desenho optava pelo uso do flanelógrafo que me permitia a exposição de
figuras ilustrativas para a explanação do tema. Também usava muito o cartaz com
figuras ilustrativas que ficavam expostos na sala de aula. Lembro também da
técnica do varal, onde diversas folhas de papel ofício ficavam expostas para a
fixação de algum conteúdo. Sem falar no quebra-cabeça que era feito de uma figura grande tipo um cartaz e
recortado para que os alunos juntassem os pedaços novamente, sendo usado como
forma de fixação de um conteúdo dado anteriormente, e que os alunos amavam.
Em 1992 com a implantação do II Programa de Educação
nos CIEP’s é que tive acesso a uma nova metodologia voltada para a tecnologia,
a princípio inserindo a TV como veículo educativo no desenvolvimento da
consciência crítica da criança. Tínhamos uma sala repleta de livros
paradidáticos e estórias infantis e esse espaço era chamado de “O prazer de
Ler”. Onde as crianças ouviam estórias, construíam e reconstruíam outras
estórias desenvolvendo a criatividade, a interpretação e a capacidade de ler.
Já em 2000 a escola possuía retroprojetor que
favorecia em muito a explanação do conteúdo, assim como o Vídeo e a TV traziam outras possibilidades de enriquecimento das aulas. E quando em 2006 a escola
recebeu o Laboratório de Informática fiquei totalmente apaixonada pela tecnologia, diante
das inúmeras possibilidades que a mesma nos proporciona. E quando penso que já
sei tudo, descubro que nada sei, afinal... “o Professor é um eterno aprendiz.”