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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

RESGATANDO AS VIVÊNCIAS


Diante de tanta tecnologia que nos facilita e enriquece o trabalho pedagógico, por vezes até nos esquecemos do tempo em que não tínhamos toda essa riqueza de recursos. Portanto, resgatar as vivências pedagógicas está sendo um exercício não só prazeroso, mas uma reflexão que provoca saudades, embora sofridas, mas principalmente a consciência de onde viemos e em que patamar nos encontramos.
Quando comecei o exercício do magistério em 1976, trabalhava em uma escola municipal da periferia da cidade e os recursos existentes eram o quadro negro, giz e o mimeógrafo a álcool. Mas apesar dos poucos recursos eu costumava explorar ao máximo o quadro negro tentando reproduzir os desenhos do livro, o que ficava um horror, às vezes eu desenhava uma ema que mais parecia uma girafa.
E em razão da minha total incapacidade artística para o desenho optava pelo uso do flanelógrafo que me permitia a exposição de figuras ilustrativas para a explanação do tema. Também usava muito o cartaz com figuras ilustrativas que ficavam expostos na sala de aula. Lembro também da técnica do varal, onde diversas folhas de papel ofício ficavam expostas para a fixação de algum conteúdo. Sem falar no quebra-cabeça que era feito  de uma figura grande tipo um cartaz e recortado para que os alunos juntassem os pedaços novamente, sendo usado como forma de fixação de um conteúdo dado anteriormente, e que os alunos amavam.
Em 1992 com a implantação do II Programa de Educação nos CIEP’s é que tive acesso a uma nova metodologia voltada para a tecnologia, a princípio inserindo a TV como veículo educativo no desenvolvimento da consciência crítica da criança. Tínhamos uma sala repleta de livros paradidáticos e estórias infantis e esse espaço era chamado de “O prazer de Ler”. Onde as crianças ouviam estórias, construíam e reconstruíam outras estórias desenvolvendo a criatividade, a interpretação e a capacidade de ler.
Já em 2000 a escola possuía retroprojetor que favorecia em muito a explanação do conteúdo, assim como o Vídeo e a TV traziam outras possibilidades de enriquecimento das aulas. E quando em 2006 a escola recebeu o Laboratório de Informática fiquei totalmente apaixonada pela tecnologia, diante das inúmeras possibilidades que a mesma nos proporciona. E quando penso que já sei tudo, descubro que nada sei, afinal...  “o Professor é um eterno aprendiz.”

Vou seguindo em frente

Tocando em Frente

Composição:  Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais..
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz quem sabe?
Eu só levo a certeza do que muito pouco eu sei..
Ou nada sei..
Conhecer as manhas e as manhãs...
O sabor das massas e das maçãs...
É preciso amor pra poder pulsar..
É preciso paz pra poder sorrir..
É preciso a chuva para florir..
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente..
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada
Eu vou...estrada eu sou...
Conhecer as manhas e as manhãs...
O sabor das massas e das maçãs...
É preciso amor pra poder pulsar..
É preciso paz pra poder sorrir..
É preciso a chuva para florir..
Todo o mundo ama um dia..todo o mundo chora..
Um dia agente chega..o outro vai embora...
Cada um de nos compõe a sua história...
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz...
Conhecer as manhas e as manhãs...
O sabor das massas e das maçãs...
É preciso amor pra poder pulsar...
É preciso paz pra poder sorrir...
É preciso a chuva para florir...
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais...
Cada um de nos compõe a sua história...
e cada ser em si carrega o dom de ser capaz... de ser feliz...

sábado, 29 de outubro de 2011

Refletindo sobre a Imagem

A educação do olhar, dessa forma, propõe uma perspectiva crítica de leitura por trás da imagem, o que dizemos, para a leitura da palavra, saber ler nas entrelinhas.
Discutir sobre a imagem permite a compreensão das especificidades de diferentes linguagens, a socialização de opiniões e o confronto de diferentes pontos de vista, desenvolvimento da autonomia moral e intelectual. Paralelamente à educação do olhar, proporciona-se à educação da escuta atenta, ativa e participativa.

“Vale a pena, sobretudo, tentar perceber se ainda conseguimos olhar sem esquecermos que uma imagem é um objeto convulsivo de significações que nunca cicatriza num sentido definitivo. Dito de outro modo: a história de uma imagem é também a história das suas sucessivas apropriações e dos olhares que sobre ela se depositam.”João Lopes

Imagem 2

thiagoalmnasc.blogspot.com

Esta fotografia nos mostra três meninas de raças diferentes fazendo uma careta divertida e nos leva a pensar nas muitas formas de manifestação da cultura e nos muitos povos que fazem parte de nosso planeta. Além dessa diversidade de cor e etnia a forma bem humorada de expressão cria sentidos enviesados que colocam em suspensão os sentidos do texto.
Achei esta imagem bonita, interessante, criativa e considerei coerente utilizá-la pedagogicamente em caso de estudo de temas como: diversidade cultural, racismo e expressão corporal. Também é possível estabelecer a relação com o povo brasileiro, fazendo ponte com a História do Brasil e explorando estes temas nas disciplinas de História, Geografia, Ciências, Educação Física, visto ser o Brasil um dos países mais ricos no quesito diversidade étnica. 

Imagem 1

lucasgoularts.wordpress.com

A fotografia deve ser tratada como um “material” carregado de informações, símbolos e idéias que chegam até nós a partir de nossa concepção das questões sociais.
Do que trata esta imagem? Está voltada para a temática da solidão. Fala de contemplação, de saudade, de despedidas, de encontros e partidas.
Um homem sentado, sozinho, observando uma enseada, ao lado de um barco que repousa, contraditoriamente, na calçada do cais, ao invés de flutuar nas águas mansas. Ao me ocupar em analisá-la consigo ver nesta imagem os temas solidão, contemplação e existencialismo. No entanto um outro olhar pode renegar a possibilidade de qualquer sentido subjetivo ligado a imagem, percebendo-a apenas nos seus aspectos concretos e funcionais,  perceber um homem e um meio de transporte para localidades isoladas.

Função da Imagem

A imagem passa a se constituir o paradigma mais significativo para o desenvolvimento do conhecimento nesse século, funcionando não apenas como instrumento para construção de novos conhecimentos, mas como elemento estruturante desse processo de criação de um novo logos, acelerado pela automação digital. É nesse sentido que Gutierrez vê a imagem não como representação da realidade e sim como a própria realidade, pois ela constituiu-se no fator estruturante da mesma realidade (1978:16).
No decorrer das atividades pesquisei imagens em diversos suportes (álbum de fotografias, Internet, revistas e jornais) e procurei dar sentido a cada uma delas, embora cada leitor entenda a mensagem da imagem de uma determinada forma, identifica-se com ela de acordo com suas experiências de vida. 

Reconhecer e Rememorar

Tipo de imagem: Foto de Revista

Prática de reconhecer
Prática de rememorar

A imagem mostra uma casa de pau-a-pique, com cobertura de sapê, provavelmente com piso de terra batida, janelas e portas de madeira de demolição e quintal de barro. Família modesta de zona rural composta de pai, mãe e quatro filhos. Casa apresentando mau estado de conservação e família sem hábito de uso de calçados.

A imagem representa uma família rural sem melhores condições de vida e dignidade, retratando a realidade social de nosso país onde grande parte da população vive sem condições de uma vida saudável e digna. Nota-se a presença de figuras humanas, representando pai, mãe e filhos, podendo ser interpretados como um povo sem expectativa de um futuro melhor. A imagem representa o inculto, o pobre, o sem eira nem beira, o brasileiro esquecido das zonas rurais.



Análise:
É interessante frisar que o conhecimento obtido da leitura da imagem se deu início com a leitura do campo estrito do objeto, que nada mais é que a descrição da cena que temos diante de nossos olhos. Logo a seguir, usando nossos conhecimentos prévios, nossa cultura, contextualizamos essas informações objetivas que temos da descrição, e temos uma leitura subjetiva da imagem, que é o campo contextual. E a partir desse momento nossa mente nos remete a outros momentos semelhantes que já vivemos, reconhecemos e rememoramos. E esse símbolo que é a imagem passa a ter um significado, que fala ao nosso íntimo, ao reforçar uma idéia. O treino de uma percepção visual aliada ao nosso capital cultural pode nos ajudar na leitura de uma imagem, mesmo sem muito conhecimento técnico sobre a fotografia ou a pintura.